2020: o ano da Assistência Virtual
Estamos entrando na era da ‘flexibilidade permanente’ : quando os trabalhos flexíveis incorporam um estilo de vida fluido e digital.
Os primeiros indícios do que hoje conhecemos como trabalho remoto, surgiu no ano de 1857 quando J. Edgar Thompson, da empresa Penn Railroad, começou a utilizar seu sistema privado de telegrafia para monitorizar trabalhos e equipamentos nos canteiros remotos de obra da construção de uma estrada de ferro. Nessa era, conhecida como 2ª revolução industrial, a maioria das atividades laborais existentes eram manuais, supervisionadas por um gestor e realizadas por subordinados em um mesmo local (Fordismo). Foi quando, com a ascensão de novas tecnologias, as indústrias passaram a substituir a mão de obra humana pela mecanizada. A partir de então, o número de trabalhadores desempregados aumentou significativamente, ocorrendo, também, uma redução na faixa salarial da população economicamente ativa. A classe trabalhadora (quase não existiam direitos trabalhistas nesse período) ficou estagnada durante esse processo, levando ao retraimento do mercado devido a redução da capacidade de consumo da população. Desde a segunda metade do século XX até os dias atuais, testemunhamos a revolução tecnológica, também conhecida como 3ª Revolução Industrial ou a era da informação, e o que hoje vem sendo chamado de 4ª Revolução Industrial. Klaus Schwab, fundador do Word Economic Forum (WEF), já afirmou que a humanidade estaria ingressando na Quarta Revolução Industrial, uma nova era em que a união das tecnologias digitais, físicas e biológicas modificaria drasticamente não apenas o modo como vivemos, mas sobretudo a maneira como trabalhamos. Diante desse cenário, do qual os futuristas chamam de futuro emergente, alguns empregos desaparecerão, outros crescerão em suas demandas e novas profissões, que ainda nem existem, se tornarão comuns. O certo é que a futura força de trabalho precisará alinhar suas habilidades para acompanhar o ritmo. Além disso, segundo o relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, 35% das competências mais demandadas hoje pelo mercado de trabalho mudou em 2020. O que sabemos é que diante da velocidade das mudanças, o cenário do mercado de trabalho não pode ser estabelecido em um futuro próximo, pois não existem muitas certezas.
O que podemos apontar com alguma certeza é que flexibilidade, criatividade e capacidade de adaptação serão habilidades indispensáveis daqui pra frente.
Buscando compreender quais habilidades serão fundamentais para prosperar no mercado de trabalho do futuro, o WEF questionou especialistas em recursos humanos e em gestão estratégica das maiores empresas do mundo. Como resultado da pesquisa foi lançado o relatório The Future of Jobs: Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution. No documento, são reveladas as 10 habilidades que os profissionais deverão possuir à partir de 2020 para não sucumbir no mercado de trabalho. São elas:
Top 10 Habilidades de 2020:
- Capacidade de resolver problemas complexos
- Pensamento crítico
- Criatividade
- Gestão de pessoas
- Coordenação com outras pessoas
- Inteligência Emocional
- Capacidade de julgamento e tomada de decisões
- Orientação à serviços
- Negociação
- Flexibilidade cognitiva
Sendo assim, para acompanhar o ritmo das mudanças, precisamos nos armar de algumas dessas habilidades. Ou, no mínimo, aprimorar aquelas que já possuímos. E com 2020 batendo à nossa porta, é hora de ficarmos atentas às tendências de ‘um futuro que já é’. Todas revelam um caminho sem volta: o da flexibilização – dos processos, das pessoas, das metodologias, das culturas e das carreiras. A consultoria Mercer, em sua Pesquisa de Tendências de Talentos Globais, cunhou o termo “Flexibilidade Permanente” – quando trabalhos flexíveis incorporam um estilo de vida fluido e digital. Segundo a pesquisa, realizada com 680 empresas brasileiras, 35% já têm a opção de home office em dias da semana e 62% adotam horários flexíveis. Segundo o sociólogo alemão Ulrich Beck, “estamos convivendo com dois modelos de pleno emprego, os quais devem ser distinguidos com muito cuidado”, explica Beck. “Um é o do Estado de Bem-Estar Social, modelo que previa, além do pleno emprego, seguridade social, plano de carreira para a classe média e estabilidade no trabalho. O outro modelo é o que chamamos de emprego frágil ou flexível, que implica carga horária variável, atividades de meio turno e contratos temporários, nos quais as pessoas desempenham vários tipos de trabalho ao mesmo tempo.”
Uma outra pesquisa, realizada pela empresa de consultoria de recrutamento Robert Half, as 10 profissões e carreiras mais promissoras estão diretamente relacionadas à tendência da digitalização.
A pesquisa foi feita em 13 países e na União Europeia. No Brasil, o estudo contempla todo o território nacional e diversos setores da economia. Em quarto lugar na pesquisa, está a carreira de assistente digital (38%). Maria Sartori, diretora de recrutamento da Robert Half do Brasil, diz que apesar do uso massivo da tecnologia para a resolução de problemas e atendimento personalizado, a profissão de assistente virtual ainda é importante. “Uma profissão como essa acaba substituindo uma profissão tradicional, como a de secretário. Até algum tempo atrás, todos os níveis de gerência tinham seus próprios secretários ou assistente”, diz. O surgimento desse ramo, segundo ela, serve como uma flexibilização do trabalho, permitindo ao profissional a prestação de serviços para mais de uma empresa de forma simultânea e remota. Em se tratando de remuneração, a média salarial para essa profissão é de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil, de acordo com a pesquisa. Aqui você pode conhecer mais sobre a carreira de assistente virtual. Maria Sartori diz ainda que é possível compreender a relevância do crescimento dessas carreiras digitais se levarmos em consideração que o nível de produtividade de um profissional está diretamente ligado ao seu nível de satisfação pessoal e felicidade.
Portanto, preparem- se!
Porque os anos posteriores a 2020 nos reservam uma realidade bem mais maleável: onde o nomadismo digital, os espaços flexíveis de trabalho (coworkings) e o home office serão estratégias adotadas por quem acredita que o futuro do trabalho está centrado nas pessoas e não apenas nas estruturas rígidas de organizações que não acompanham as mudanças. Confira a lista completa das “profissões do futuro”, segundo a Robert Half:
- Gerente de e-commerce – Salário: R$ 6 mil a R$ 18 mil.
- Gerente de e-learning – Salário: R$ 10,5 mil a R$ 23 mil
- Consultor de transformação digital – Salário: R$ 4,5 mil a R$ 9,5 mil
- Assistente Virtual – Salário: R$ 1,5 mil a 4 mil
- Gerente de Customer Experience – Salário: R$ 9,5 mil a R$ 18 mil
- Especialista em diversidade – Salário: R$ 11 mil a R$ 25 mil
- Gerente de talentos – Salário: R$ 12 mil a R$ 26 mil
- Gerente de engajamento – Salário: R$ 11 mil a R$ 20 mil
- Gerente de bem-estar – Salário: R$ 7 mil a R$ 13 mil
- Gerente de recrutamento – Salário: R$ 9 mil a R$ 23 mil
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